sábado, 17 de outubro de 2009

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Tambores de Cantaria

Saldanha Rolim mostrou com sua arte porque Diamantina é o portal natural da ligação entre o Vale do Jequitinhonha e o Nordeste. Com apresentação extasiante o artista levou ao delírio a multidão que compareceu sábado à rua da Quitanda para assistir ao espetáculo Tambores de Cantaria.
Quem não viu, perdeu mais uma demonstração de que a Vesperata, apesar de ser um sucesso inquestionável, não é a única manifestação artística capaz de mobilizar turisticamente a cidade.




segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Zero a Zero prá quem?


O ex-prefeito Gustavo Botelho, atendendo a convite dos vereadores Lourival Alexandre e Marcos Fonseca, esteve segunda-feira passada na Câmara Municipal para prestar esclarecimentos relativos à saúde financeira da prefeitura.

Aliás, a fala do letárgico ex-prefeito foi recheada de “não me recordo”, “não estou bem certo” e em enigmático “tenho quase certeza”! Até onde consigo entender, a tal “quase certeza” significa... nada! Tão nada quanto o resultado prático da convocação, em que pese a louvável postura democrática do ex-prefeito ao atendê-la.

Se a questão é meramente contábil por que não se consultam os registros orçamentários? Simples assim. Ou não?!

No final das contas (?!) sobrou um empate surrealista na avaliação das torcidas: A ala governista achou que o ex-prefeito não conseguiu explicar nerusca de pitibiriba enquanto a oposição comemorou a fragorosa derrota do Padre Gê.

Se houve este surreal empate, com goleada para ambas as partes, acho que o derrotado foi o... meu tempo.

Olha o rapa!



Será o final da festa?

O comércio ilegal da pirataria, contrabando e roubo de carga, que se expandia sem cerimônia pela praça do Mercado Velho e adjacências, sofreu seu primeiro revés.
Em operação das polícias Militar e Civil, a camelotagem foi convidada a cantar noutra freguesia.
Nas próximas horas teremos mais informações sobre a operação.
Por enquanto, ponto para o poder público na repressão a esta praga urbana.

Fotos de Pedro Art's

O Brasil e o Rio de Janeiro estão salvos


Vêm aí as Olimpíadas. Tudo vai acabar bem.

Vão entrar 30 bilhões de reais. Melhor que isso, só o pré-sal. Vai vir gente de todo canto. Estamos no primeiro mundo.

Brasileiros em geral e cariocas em particular embarcam com facilidade nesse tipo de visão do paraíso. A nave dos Jogos Olímpicos vai pousar no país do futebol para trazer alegria e prosperidade. E viva a indústria da esperança.

Nessas horas, a vida real fica olhando tudo meio de lado, como se dissesse: “Lá vão eles de novo. Daqui a dez anos a gente conversa”.

Infelizmente, ainda não foi inventado o desenvolvimento movido a oba-oba. Entrada bruta de dinheiro e gente é boa quando há plano para o crescimento. Quando não há, é veneno puro.

O Rio de Janeiro acumula esqueletos – urbanísticos e humanos. O da antiga capital da República, o da Eco-92 (maior cúpula de chefes de Estado da história), o da Fórmula 1, o dos Jogos Panamericanos. Todas promessas de desenvolvimento. Todas falidas.

A Eco-92, por exemplo, trouxe uma obra significativa de infra-estrutura, a Linha Vermelha. Não foi presente de ninguém, foi dinheiro do contribuinte – como será boa parte da festejada grana olímpica. É uma via expressa importante, que atravessa quilômetros e quilômetros de uma cidade sem dinheiro para usá-la. Dali saem os bandos armados que barbarizam a própria Linha Vermelha com tiroteios, assaltos e mortes. Vêm de favelas certamente inchadas com ajuda da mão-de-obra temporária deserdada pela Eco-92. Qual é a graça?

Barcelona se desenvolveu com as Olimpíadas daquele mesmo ano, 92. Barcelona tinha estrutura e planejamento para se desenvolver. Senão, ia só inchar.

As grandes cidades brasileiras são, cada vez mais, amontoados de gente periférica, infeliz, e conseqüentemente violenta. A repressão às bocas-de-fumo no Rio de Janeiro está fazendo explodir os arrastões a prédios residenciais. A cidade ainda vai ter saudade da venda de drogas.

Os Jogos Olímpicos de 2016 podem funcionar bem como evento. Como farol de desenvolvimento, é promessa falsa.

Vem mais um esqueleto por aí. Dos grandes. Mais um milagre da multiplicação dos deserdados, dos engarrafados, dos mal alojados, dos que chegaram fácil e vão penar para permanecer. Mas a festa será boa.

A população de Chicago está comemorando. Não queria Olimpíadas lá de jeito nenhum. Por que será?

Guilherme Fiuza.