Dr Ivo Pitanguy.
Filho de um cirurgião-geral, Ivo Pitanguy começou a cursar medicina na Universidade Federal de Minas Gerais e formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1946.
No final dos anos 1940, a cirurgia plástica ainda não era reconhecida como uma especialidade médica. Com uma bolsa de estudos, Pitanguy partiu para os Estados Unidos da América, para atuar como cirurgião-residente no Hospital Bethesda, em Cincinnati, Ohio, entre 1948 e 1949. Na mesma época, frequentou a Clínica Mayo, em Minnesota, e o serviço de cirurgia plástica do Dr. John Marquis Converse, em Nova Iorque.
De volta ao Brasil, em 1949, criou o Serviço de Cirurgia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, o primeiro de cirurgia de mão da América do Sul, onde atende a pacientes carentes e vítimas de deformidades.
Entre 1950 e 1951, em Paris, foi visiting fellow de Marc Iselin, um dos criadores da cirurgia de mão e referência no atendimento aos mutilados da 2ª Guerra Mundial. Na mesma ocasião freqüentou também outros serviços de cirurgia plástica na França e na Inglaterra.
Novamente no Brasil, Pitanguy atuou no Serviço de Queimaduras e de Cirurgia Reparadora do Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, entre 1952 e 1955. Em 1954, passou a chefiar o Serviço de Cirurgia Plástica e Reparadora da Santa Casa de Misericórdia.
Em dezembro de 1961 ocorreu o incêndio do Gran Circo Norte-Americano, em Niterói, o maior incêndio em recinto fechado já registrado no mundo, resultando em 2.500 feridos e 500 mortos - a maioria crianças. Pitanguy e uma equipe de voluntários do Brasil e do exterior dedicaram-se, durante meses, ao tratamento das vítimas, através da cirurgia reparadora mas também da cirurgia estética, na época ainda desprezada. Nessa ocasião, Pitanguy organizou o Serviço de Queimados do Hospital Antônio Pedro, no Rio de Janeiro.
Em 1963 fundou a Clínica Ivo Pitanguy, que se tornou um centro de excelência em cirurgia plástica estética e reconstrutora. Ali o professor Pitanguy supervisiona uma equipe de cirurgiões plásticos afinados com suas técnicas e sua filosofia.
Semanalmente, às quartas-feiras, o professor vai à 38ª enfermaria da Santa Casa, onde orienta cirurgias, discute os casos mais complexos com seus assistentes e compartilha sua experiência com os residentes. Uma equipe de 40 médicos, entre instrutores e auxiliares, realiza aproximadamente mil cirurgias anualmente, a maior parte em pacientes com deformidades congênitas ou seqüelas de trauma, queimaduras e tumores. Cirurgias estéticas também são feitas, pois o professor Pitanguy acredita que qualquer desconforto com a própria imagem deva ser considerado.
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